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FAMÍLIAS EM TERRADOIS, EMPRESAS EM TERRADOIS, UM “NOVO AMOR” E FELICIDADE EM TERRADOIS E MEDICINA EM TERRADOIS – JORGE FORBES – ED. MANOLE
29 de outubro de 2022 das 17:00 as 20:00
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Se há uma herança digna da paternidade é a de que nem tudo se explica, não porque não se queira, mas, simplesmente, por ser impossível.
Aos olhos dos filhos, os olhos dos pais estão embaçados da saudade; aos olhos dos pais, os olhos dos filhos estão iludidos do futuro.
É na insatisfação da família que cada um lapida o que lhe falta.
O amor dos pais é o amor que suporta a diferença ou a igualdade dos filhos, amando-os bem além dos bons ou dos maus motivos.
Se tirarmos a responsabilidade de cada um frente às suas emoções está aberto o caminho para o infortúnio geral.
Afinal, as mais importantes coisas da vida não se compreendem, a começar pela declaração: Eu te amo!
O vírus vai passar; nossa relação com o intangível, não. Nenhum “novo normal” vai tapar o buraco da incompletude humana.
É fácil constatar que “quando começa a vida” é uma data dependente de uma convenção, não de uma prova científica.
Quem já não inventou um sofrimento conhecido, diante do terrível sofrimento de um sintoma desconhecido, para aplacar a dúvida?
Cada um de nós chora ou sorri por detalhes irrelevantes aos olhos dos outros.
Psicanálise e psiquiatria não se somam, mas podem e devem se articular, no benefício do tratamento da dor de existir.
Paradoxalmente, sabemos cada vez mais e conhecemos cada vez menos.
Se uma pessoa está com outra é – antes de qualquer nobre motivo – porque quer.
Nenhum ser humano é traduzível em palavras, o mais essencial de nós mesmos não tem palavras, nem nunca terá.
Para alcançar a felicidade é necessária uma boa dose de ousadia e coragem, e não se medir pela expectativa do que esperam de você.
Podemos nos livrar de muita coisa na vida, mas não da gente mesmo, em especial desse ponto íntimo desconhecido, promotor de nossas paixões.
Mulheres se satisfazem na diferença, no detalhe. Homens, ao contrário, gostam da ordem unida, do grupo, da massa.
Eu mereço ser feliz… como se felicidade fosse fruto do merecimento, prêmio aos esforçados, troféu dos moralistas.
Não existe sucesso sem risco pessoal, sem o risco da vaia.
O mundo pós-moderno é das singularidades, das diferenças que pedem para ser articuladas e não tolhidas.
O sofrimento por uma qualidade pode ser maior que aquele originado por um defeito.
É preciso parar de atirar pedras no que está errado com o país e assumir a parcela de responsabilidade que cabe a cada um.
Nós humanos, estamos sempre buscando a diferença no que fazemos: a criatividade está em nosso cerne.
Temos que aprender a calcular a vida com o indizível, o que faz legitimarmos que o mundo é incompleto e não transparente e completo.