

28 de outubro das 18:00 às 21:00
A INCOMUM HISTÓRIA DE UM HOMEM COMUM – MARCIO LUFTGLAS, SERGIO BENI LUFTGLAS E TANIA GLEZER – ED. SÊFER
Um jovem judeu polonês de dezesseis anos tem sua vida virada de cabeça para baixo quando o povoado onde vive é invadido pelo exército alemão. Estamos em 1939, início da Segunda Grande Guerra. Escalado para trabalhos nas redondezas, é separado dos pais e das irmãs menores em 1942, sendo enviado para seis campos de concentração. Vê seu irmão ser assassinado e testemunha as crueldades do regime nazista, enquanto luta desesperadamente para chegar ao dia seguinte. Libertado em 1945, parte três anos depois para Israel, onde se vê colhido por novo conflito armado. Tendo escapado da morte mais uma vez, encontra-se sozinho, pobre e sem perspectivas até que um amigo propõe tentar a sorte em um país do qual nunca ouvira falar: o Brasil. Ele aceita. Lá terá que reconstruir sua vida.
Estive no Bloco 18 de Auschwitz com Márcio. Este livro é a voz da memória que jamais pode ser silenciada. Nem esquecida.
Ana Paula Padrão, jornalista
A incomum história de um homem comum reflete sobre o que significa ser verdadeiramente incomum: não buscar reconhecimento, mas deixar um legado capaz de inspirar.
O livro narra a trajetória da família Luftglass, especialmente do pai de Márcio Luftglas, reconhecido ativista da comunidade, cuja resiliência e alegria diante das adversidades são marcas herdadas do protagonista.
Nascido na Polônia, ele enfrentou o Holocausto, perdeu o irmão Jacó nos campos e sobreviveu milagrosamente, tornando-se defensor do Estado de Israel.
Ao emigrar para o Brasil, transformou dor em legado, mostrando que a força de um povo se sustenta na memória, nos valores e na esperança.
Cláudio Lottenberg, médico, presidente do Conselho do Hospital Israelita Albert Einstein e da Confederação Israelita do Brasil
Fatos, vividos por alguém e narrados com lucidez, desnudam o trágico e a aspereza da história. Nesta obra é nítida a superação, longe de uma autopiedade. É a prova de que o futuro não se constrói com a retaliação ao passado, que deve ser sempre lembrado e afirmado.
Ministro Nelson Jobim, advogado, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e ex-ministro da Justiça e da Defesa
A lembrança do Holocausto é algo tão doloroso que, no dia em que a humanidade o esquecer, ela não vai poder mais ser chamada de humanidade. E é por isso que livros como esse são tão importantes.
Nizan Guanaes, empresário, filantropo e publicitário
Como filha de sobreviventes da Shoá, sei que é impossível sequer imaginar o que o Holocausto significou. Os que sobreviveram, como os meu pais Z”L, não foram apenas heróis, mas gigantes que lutaram pela vida e pela continuidade do povo judeu, nunca esquecendo e, acima de tudo, relatando e sendo testemunhas vivas da maior catástrofe do século XX.
Susy Horn
A literatura é um potente caminho de resgate da memória - e este livro é prova disso. Ao narrar a trajetória de um homem que sobreviveu a campos de concentração, às marchas da morte e à perda das pessoas que mais amava, a obra nos lembra que cada vida é uma história singular. O Holocausto não pode ser reduzido a números: são judeus, ciganos, testemunhas de Jeová, pessoas negras, pessoas com deficiência e homossexuais, vítimas brutais do ódio. São sonhos, amores, vozes e muita saudade. Em tempos em que a desinformação e o esquecimento ameaçam reabrir feridas da humanidade, sofridas por diferentes grupos minoritários e nas mais distintas localidades, livros como este se tornam fundamentais. Eles nos recordam não apenas da dor, mas também da força e da resiliência de quem seguiu adiante e tentou reconstruir sua história em um novo país – sem, é claro, que isso signifique esquecer ou superar o sofrimento vivido. A leitura é, aqui, um ato de memória e de responsabilidade: ao conhecer essa incomum história de um homem comum, somos duramente lembrados do nosso papel na tarefa de impedir que eventos como esse se repitam.
Pedro Pacífico, @Bookster e colunista de O Globo