Café Lacaneano: A origem do mundo desconhecido

No início era a vulva, antes mesmo do Verbo… Assim como o planeta é tão real & o globo apenas simbólico, o mundo humano, imaginário demais, se rende ao fascínio das imagens que mostram o que há & o que não há, enquanto o que sempre houve & haveria mostra insolente o seu sorriso vertical: indiferença impossível, estranha familiaridade. A verdade da existência pode ser considerada obscena? Apostrofar como pornográfico a insígnia das fêmeas, das senhoritas & das mães é nada querer ver ou saber sobre o amor não só platónico da caverna libidinal, da origem das espécies, da propriedade, da família & do status quo.
Gustave Courbet, com o pinto & o pincel, homenageou elas todas como se Uma fosse; Jacques Lacan escondeu-a para escolhidos olhares, legando a perseguida para o Estado francês, que a guardou orgulhoso num museu até o Facebook exercer o poder censor da iniciativa privada. Mas não adiantou afobar nem abafar: sem pecado concebendo, a concha acústica da feminilidade vale muito mais que dez mil palavras bem ditas!

O debate contará com a presença de Francisco Alambert, historiador, professor da USP & crítico de arte.

Evento gratuito