"Conheça-te a ti mesmo". Nunca essa frase fez tanto sentido quanto no momento em que me tornei mãe. Tinha muitas ideias preestabelecidas em relação à maternidade, mas no momento em que me tornei mãe, a maioria dessas ideias não me tornava a mãe que eu queria ser. Muitas dessas ideias iam contra a minha essência. No primeiro "não" que recebi do meu filho me vi sem saber como lidar com aquela situação. Afinal, "uma criança não pode dizer não", muitas vezes foi assustador perceber que eu não tinha a menor ideia do que fazer diante do choro, da birra e do "não", mas a vida me deu muitos presentes um deles foi o meu filho, que logo eu rotulei como "rebelde", "chorão" e "exigente".

Eu não fazia ideia do quanto esse presente modificaria a minha vida. Meu filho foi o meu termômetro, foi o guia do meu caminho de luz e amor. Me tirou da zona de conforto tantas vezes e sou eternamente grata por isso. Ele me fez ir em busca de conhecimento, muitas vezes mais pela dor do que pelo amor, mas o amor me fazia ter forças para olhar para a escuridão que muitas vezes me aterrorizou. Uma criança nos devolve a nossa essência, nos dá amor incondicional e a única coisa que nos pedem em troca é tempo. Se cada vez que estivermos com uma criança nos propusemos a escutá-la, sem julgamentos e sem rótulos, estaríamos bebendo de uma sabedoria pura e genuína. Neste livro conto o caminho que trilhei em busca de autoconhecimento, como os meus filhos me guiaram por esse caminho sem volta, pois quando entendemos o que aconteceu conosco, entendemos porque agimos como agimos, e, todas as vezes que a maternidade for desafiadora, só enxergaremos uma nova oportunidade para nos tornarmos seres humanos melhores. Porque o autoconhecimento é eterno. "Somos grandes demais para cabermos em uma caixinha".