No Brasil e no mundo, o número de mortes por trauma se equipara ao das neoplasias e doenças cardiovasculares. Quando uma lesão por trauma não causa o óbito, subtraindo potenciais anos de vida, pode comprometer seriamente a qualidade de vida dos sobreviventes, provocando também graves impactos sociais e ao sistema de saúde. Ainda assim, o número de trabalhos científicos sobre o tema está aquém da necessidade e o ensino voltado ao atendimento ao trauma é pouco divulgado. Nesse sentido, a segunda edição de APH – Resgate: Emergência em Trauma preenche uma importante lacuna na literatura. Além de contextualizar o trauma não apenas como uma doença, mas como uma síndrome responsável por lesões imprevisíveis e não raramente complexas, explica a necessidade da adoção de um atendimento integral, atualizado e individualizado, oferecido por profissionais qualificados, dentro e fora do ambiente hospitalar, nas mais diferentes situações: queimaduras, fraturas, afogamentos, acidentes de trânsito, intoxicações, entre outras. Os capítulos, muito bem estruturados, apresentam como é feito o atendimento pré-hospitalar considerando o perfil das vítimas, o segmento corpóreo afetado, e a natureza do trauma e os diversos aspectos de natureza logística. Utilizando protocolos preconizados mundialmente, mas adaptados às particularidades da realidade brasileira, este é, portanto, um rico material para a promoção da melhoria do atendimento pré-hospitalar.