Com Oscar Angel Cesarotto No dia 3 de fevereiro de 1975, no Instituto Francês de Londres, por ocasião da edição dos Escritos pela Tavistock Press em data próxima, Jacques Lacan fez uma apresentação para uma plateia de analistas e leigos. Discorreu sobre as suas ideias, citando Erich Fromm, Richard Ogden, Tom Stoppard, Donald Winnicott e Sigmund Freud, mesmo falando na sua língua de origem. A seguir, desenhou na lousa um nó borromeano para explicar as categorias de Simbólico, Imaginário e Real, com as devidas interseções. Na hora das perguntas, uma jovem estudante quis saber onde situar a arte no diagrama. Teria sido esta a resposta: “Ah, a arte! Não, não tenho falado disso. Então, seriam necessários mais círculos.” Mais círculos? Arte ou artes? Quais? Todas? As convencionais, pelo menos? Cada uma, no que tem de específico? A lógica do dito nó permite começar a pensar, se não todas, ao menos algumas produções plásticas da contemporaneidade, em primeiro lugar, atentado à obra, mas sem descartar o seu autor. No entanto, na expressão da singularidade do dito sujeito, um quarto círculo deveria ser inferido, com a função suplementar de amarrar os outros três de maneira única. Os artistas são consequências dos seus atos criativos, já que estes falam por eles, ainda que seus sintomas e fantasmas individuais possam ser tratados no divã. O “Nome-do-Pai”, presente na assinatura do trabalho, responsabiliza e indicia, por conta e risco do reconhecimento público. Evento Gratuito