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2 de junho de 2023 das 19:00 às 21:30
Ao se dedicar à pesquisa que deu ensejoa esta obra, a autora colocou à prova um dos vetores do modelo socioeducativo, que, embora esteja suficientemente positivado nos marcos normativos nacionais e internacionais, pouco parece ser verdadeiramente implementado e mesmo compreendido em toda a sua extensão e potencialidade: o poder da escuta. Seu grande objetivo foi avaliar em que medida a escuta atenta e respeitosa dos adolescentes, viabilizada através de audiências, com a participação ativa dos magistrados, é capaz de produzir efeitos positivos sobre o percurso da socioeducação. A obra inicia com a história de uma jovem, de codinome Talia, que, durante o cumprimento de medida socioeducativa de internação, registrou em uma carta o quanto desejava ser ouvida, reconhecida, considerada pela juíza que avaliaria a necessidade de ser mantida em regime de privação de liberdade. Tocada pelo relato, e tendo presente a recente recomendação do Conselho Nacional de Justiça, para a realização de audiências concentradas na reavaliação periódica das medidas socioeducativas, Claudia Catafesta decidiu investigar se a expectativa de Talia de ser verdadeiramente ouvida poderia ser atendida através da realização dessas audiências e, mais do que isso, se esse ato judicial seria capaz de alavancar o reconhecimento dos adolescentes em situação de conflito com a lei como sujeitos de direitos e de favorecer a compreensão e o protagonismo dos jovens no seu próprio processo de responsabilização.