MC Gonha e o menino biscoito Retomando a milenar lenda da Cegonha em um contexto contemporâneo, o livro MC Gonha e o Menino Biscoito mostra que a adoção pode ter o mesmo potencial de transformação e acolhimento que qualquer filiação consanguínea pode ter. Criada para ser uma fábula, a história atua no campo da imaginação e da fantasia. No entanto, sua mensagem traz à tona valores e dilemas universais, como o direito de toda criança à convivência familiar afetuosa e responsável, a opção consciente pela maternidade/paternidade, a importância de se optar sempre pela verdade e a consciência de que tudo na vida tem o seu tempo e a sua razão. Mesmo que, muitas vezes, não entendamos os “desvios de rota” que o destino nos impõe.   Toda criança, todo brinquedo Se queremos homens mais participativos e companheiros, por que não os deixamos brincar de boneca quando meninos? Se queremos mulheres menos dependentes e insatisfeitas com seus corpos, por que insistimos em dar às meninas apenas brinquedos que mimetizam uma realidade cor-de-rosa e frágil, que em nada contribui para a sua autoestima. Boneca, carrinho, foguete, panela... tudo é matéria-prima para as crianças se divertirem e, enquanto estão brincando, fazerem uma leitura do mundo à sua volta.   O Jeronimo disso "sim" Este conto, que poderia acontecer ali, na esquina da sua casa, revela de maneira divertida e sensível como o amor pode conectar as pessoas, independentemente de sua origem genética, idade ou momento de vida. Na história, a menina Helena prova isso quando adota o avô do seu melhor amigo e descobre por si só que o importante é aquilo que sentimos no peito. Algo que não necessariamente tem a ver com sangue, mas, sim, com atenção, acolhimento, amizade, respeito, carinho e responsabilidade mútua.   De Maria Fernanda Bruni Daldon Independente