

24 de julho das 19:00 às 21:30
PSICANÁLISE INTERDISCIPLINAR PSICANÁLISE INDISCIPLINADA | PSICANÁLISE E HIBRIDEZ | PSICANÁLISE E HOMOSSEXUALIDADES – THAMY AYOUCH – ED. INM
Psicanálise interdisciplinar Psicanálise indisciplinada", organizado por Thamy Ayouch. O livro: Reúne 19 artigos publicados no Brasil. Está organizado em quatro partes. Aborda temas como fenomenologia, afetividade, gênero, sexualidade, raça e epistemologia da psicanálise.
A Parte I explora a contribuição da fenomenologia de Merleau-Ponty para a compreensão da subjetividade e do inconsciente, e como linguagem e afeto constroem significados sobre gênero.
O gênero, a língua e a etnicidade são frequentemente categorias cegas de certos discursos psicanalíticos que pretendem se desenvolver a partir da posição não situada do universal. No entanto, a psicanálise não possui como vocação atribuir normas, nem aos gêneros e sexualidades, nem às diferenças étnicas e culturais. Ao colocar em questão a relação do discurso psicanalítico com os sujeitos não maioritários, minorizados e alterizados. A proposta deste livro é pensar nos instrumentos metapsicológicos suscetíveis para aprender a singularidade das identificações contemporâneas, para além da normativa social, cultural e política da binariedade dos sexos ou da universidade cultural. A obra propõe, então, os fundamentos de uma hibridez estrutural, o impulso para a escuta e para a teoria analítica, assim como uma hibridação programática da psicanálise para as perspectivas dos estudos de gênero e queer, e dos estudos pós-coloniais e decoloniais.
A homossexualidade não existe. Existem “as homossexualidades”. Passada a época em que nos esforçamos, como psicanalistas, para encontrar uma teoria unitária para a etiologa ou para a dinâmica da homossexualidade, hoje vemos as homossexualidades , pela sua maior visibilidade social e jurídica, iterrogaram a psicanálise. No livro de Thamy Ayouch, a psicanálise é mais uma vez provocada a responder a que veio. O livro se insere num contexto em que mudanças e transformações sociais não passam ao largo da psicanálise e dos psicanalistas, mas cobram críticas, posicionamentos e, por vezes, engajamentos em questões contundentes. O autor é psicanalista, com a erudição e o rigor de alguém formado em filosofia, com a paixão de quem estuda literatura e com o vigor político de quem não enxerga a psicanálise presa numa certa redoma de cristal, mas, pelo contrário, imbuída da tarefa de proporcionar um mundo melhor, principalmente para aqueles que sofrem algum tipo de violência e coerção social. Seu trabalho leva à interrogação da psicanálise atual sob inúmeros aspectos, a partir da mudança radical na forma da sociedade lidar com a homossexualdiade. Ele assume o papel de provocar a psicanálise a apontar os efeitos negativos de postulados teóricos, conceitos e passagens de textos que reiteram uma posição conservadora e preconceituosa. Será que um psicanalista consegue fazer esse papel?

