Autor de Ricardo e Vânia, o jornalista Chico Felitti participa do encontro Mal-estar na Civilização
*Matéria publicado na revista Vila Cultural 180 (Abril/2019)
Sexualidade é o tema da série de encontros Mal-estar na Civilização, que acontece no dia 18 de abril na loja Livraria da Vila da Fradique, entre 19h30 e 21h30. Projeto da Sociedade Brasileira de Psicanálise (SBPSP), com curadoria e coordenação da psicanalista Luciana Saddi, diretora de Cultura e Comunidade da SBPSP, o encontro de abril terá a presença do jornalista e escritor Chico Felitti, autor de Ricardo e Vânia – O maquiador, a garota de programa, o silicone e uma história de amor (Todavia).
No livro, Felitti conta a história de Ricardo Correa da Silva, que ficou conhecido com o apelido de Fofão da Augusta, rua onde panfletava e pedia esmolas, e virou uma lenda urbana por causa de sua aparência, já que remodelou o próprio rosto com cirurgias e uso de silicone. Cabeleireiro nas décadas de 1970/80, esquizofrênico, drag queen, artista de rua e frequentador do underground paulistano, ele sempre amou Vânia, que um dia se chamou Vagner e teve um relacionamento intenso com Ricardo. O livro surgiu depois de uma reportagem de Felitti que viralizou na internet, inclusive pela potência em torno da sexualidade dos personagens.
Entre os propósitos dos encontros Mal-estar na civilização está justamente a possibilidade de debater os sofrimentos psíquicos e as questões sociais ou políticas relativas à subjetividade contemporânea. Amor, violência, poder e felicidade são outros dos temas que serão abordados nos próximos meses depois da estreia, no mês passado, com a presença da Monja Coen para dialogar sobre religião.
“Freud foi um grande pensador da sexualidade humana – a clínica de sua época expressava em parte o esforço vitoriano em reprimir a sexualidade. O estudo dos diversos elementos componentes da sexualidade o levou a escrever o famoso Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, publicado em 1905. Lá ele já questionava o que era propriamente feminino ou masculino. Não é uma questão fácil se pensarmos além do senso comum. Parece mais fácil perceber os movimentos ativo e passivo da sexualidade. Temos ambos movimentos. Na intimidade de cada um de nós a sexualidade é bastante complexa, não é estática, é formada por inúmeros componentes, por identificações e pelas pulsões. Cada um de nós é uma categoria, e podemos considerar que somos categoria em movimento, categoria que depende de interações”, disse a psicanalista Luciana Saddi, autora de Educação para morte (Patuá), em depoimento à Vila Cultural.
MAL-ESTAR NA CIVILIZAÇÃO
O que é: série de encontros pro-movidos pela Sociedade Brasileira de Psicanálise, com o jornalista Chico Felitti e a psicanalista Luciana Saddi conversando sobre sexualidade.
Loja: Fradique
Quando: dia 18 de abril, a partir das 19h30