Com presença de integrantes do Greenpeace, conversa sobre os tabus e os caminhos do ativismo ambiental encerra, na loja da Fradique, a temporada 2017 do projeto que propõe novas formas de pensar e agir
*Matéria publicada na revista Vila Cultural 163 (novembro/2017).
Ativismo ambiental – Tabus e novos caminhos, com a participação de representantes do Greenpeace, é o tema do encontro de encerramento, na temporada de 2017, do projeto Desconstruir para Construir, que ao longo de todo o ano, sempre na penúltima terça-feira do mês, na loja da Fradique, promoveu debates e discussões sobre temas instigantes e desafiadores da sociedade atual. Com presença de escritores e especialistas de suas respectivas áreas de atuação, as conversas têm intermediação feita pela jornalista Regina Volpato, autora do livro Mudar faz bem (Planeta), que se empenhou pessoalmente na realização do projeto (leia depoimento aqui).
A conversa de novembro acontece na terça-feira, dia 21, e a ideia é exatamente “desconstruir” a imagem equivocada que parte da sociedade ainda tem dos ativistas ambientais, às vezes rotulados de “eco-chatos” ou “eco-radicais”. Na sequência, ao trazer o panorama do que há de novo e criativo na mobilização da sociedade para o ativismo ambiental, o propósito é justamente construir outras percepções e conceitos que agreguem à reflexão sobre o tema do debate.
Foi essa, aliás, a tônica que deu identidade, voz e importância ao Desconstruir para Construir, que começou em fevereiro com uma discussão sobre moral a partir da conversa entre a atriz Clarice Niskier e a psicanalista Luciana Saddi, com intensa participação do público. Logo no primeiro encontro, o Desconstruir já tomava posse de seu objetivo principal, que é trazer à tona temas relevantes para trocar experiências, compartilhar inquietações e refletir sugestões e soluções “com otimismo, mas sem ingenuidade” sobre os questionamentos levantados.
Assim, a professora, doutora e pós-doutoranda em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da USP, Rosane Borges, que é autora e organizadora de diversos livros, enriqueceu o debate sobre Apropriação cultural numa conversa dinâmica e esclarecedora com Regina, em março. Em sintonia com a diversidade de temas possíveis, Meditação e Mindfulness foi a pauta de abril, com presença da psicóloga, educadora emocional e escritora Flavia Melissa e da instrutora certificada de Mindfulness e em treinamento em consciência alimentar baseado em Mindfulness (MB-EAT) Daniela Ferreira.
Do leque de discussões sobre o mundo globalizado, o tema Refugiados deu a tônica em maio, quando o escritor Julián Fuks, vencedor do Prêmio Jabuti em 2016 na categoria ficção com o livro A resistência (Companhia das Letras), o diretor do Instituto de Reintegração do Refugiado/Brasil, Marcelo Haydu, e Luis Felipe Abbud e Laura Pappalardo, colaboradores no documentário Era o Hotel Cambridge, sobre refugiados recém-chegados ao Brasil, falaram sobre um assunto fundamental para um mundo em transformação.
Salomão Cunha, fundador e organizador do Government Affairs, Media, Entrepreneurs & Supporters, grupo que discute a diversidade e a inclusão de pessoas LGBT no mercado de trabalho, e Vania Ferrari, especialista em gestão, conversaram, em junho, sobre LGBT e o mercado de trabalho.
População em situação de rua foi a pauta de julho com participações do escritor e poeta Sebastião Nicomedes, ex-morador de rua, e do diretor da Associação de Resgate à Cidadania por Amor à Humanidade, Rodrigo Flaire. O Setembro Amarelo, como indicação de um mês especial para prevenção ao suicídio, juntou os psicólogos Érico Humberto Núñez e Leonardo Abrahão, que também é advogado. No mês passado, o Desconstruir elegeu a Intolerância religiosa como tema para o debate e convidou a sacerdotisa do candomblé Iyalorisá Branca de G’unté e teólogo e escritor Fabrício Cunha.
DESCONSTRUIR PARA CONSTRUIR
O que é: Conversa sobre Ativismo ambiental – Tabus e novos caminhos, com a participação de representantes do Greenpeace
Loja: Fradique
Quando: dia 21 de novembro, a partir das 19h