Tocar o barco

A maior das fake news é o Ser Humano. Farsa criada sei lá por quem, que não assume a sua autoria em público, mantendo há milênios o segredo por tal criação. Não sei se por modéstia ou por vergonha do resultado.
O fato é um só: a experiência não deu certo. Afinal, são séculos e séculos de laboratório, com bilhões de cobaias, e os resultados mostram diariamente que não há um único lugar neste planeta a salvo da ambição, miopia, inveja e poder de destruição do chamado Ser Humano.
É claro que existem exceções, milhões delas (milhares?), que nos dão esperança de que o mundo pode, sim, ser melhor e mais justo para todos. Volta e meia, porém, somos atingidos pela notícia de que as exceções simplesmente viraram regra.
A Copa do Mundo vai começar. O futebol é o ópio do povo? Pode ser, mas a cada quatro anos o brasileiro (não todos, mas provavelmente a maioria) quer se deixar entorpecer, rir à toa, vibrar, gritar, comemorar o gol, até para poder tocar o barco.
Nos últimos mundiais – ainda mais depois dos 7 a 1 – deixamos de torcer por não nos identificarmos mais com a seleção. Havia um distanciamento e uma frieza que nos afastavam do esporte brasileiro por excelência.
Agora, na Rússia, corre-se o risco de não agitarmos a bandeira verde e a amarela por desânimo absoluto com a nossa realidade e perspectivas. Espero que não, pois, particularmente, curtiria ver o Brasil campeão novamente.
Após o apito final, em meados de julho, faltarão três meses para escolhermos nosso próximo presidente. Dureza, hein?
Sugiro doses homeopáticas e diárias de boa leitura!

Abraços. Samuel.