Nathalia Arcuri mobiliza uma audiência de milhões de pessoas interessadas em lidar melhor com o dinheiro
*Entrevista publicada na revista Vila Cultural 178 (Fevereiro/2019)
Identificado no segmento “administração e negócios”, Me poupe! (Sextante), livro da jornalista Nathalia Arcuri, orienta sobre o melhor uso do dinheiro, basicamente porque ela o coloca em seu devido lugar – que é da maior importância na sociedade contemporânea –, sem tirar o foco do comportamento humano. Sempre de um jeito muito pessoal e divertido, tal qual ela é. Cheio de lições práticas, o livro é um depoimento pessoal poderoso da ex-repórter que ouviu os piores prognósticos quando decidiu trocar o emprego numa emissora de TV pela aventura de empreender criativamente. Quando tinha 32 anos, já em carreira solo, Nathalia, como ela diz, ficou milionária. “Vou contar para você como cheguei até aqui, as roubadas em que me meti, as dúvidas que tive e tudo o que aprendi ao longo desses anos. Mas este livro não é sobre mim. É sobre você, o seu dinheiro e a maneira como vem lidando com ele até agora. Eu resolvi escrevê-lo para passar uma mensagem curta e grossa: você pode sair do buraco, não importa qual o tamanho dele”, escreve no livro, cujo subtítulo é “10 passos para nunca mais faltar dinheiro no seu bolso”.
Dando viés de entretenimento a um tema tão importante, Nathalia é um sucesso ao demonstrar, na prática, que “ralação” (de alguém que trabalha muito) combina com diversão. Para entrar no clima, é só entender, por exemplo, como ela identifica o que chama de “dinheirofobia”, a aversão – equivocada, diga-se – a falar sobre o assunto. Alguns sintomas, segundo Arcuri: “Sentir vergonha de pedir desconto; achar feio falar sobre dinheiro e divisão de gastos; ter medo de pedir aumento de salário; pensar que os ricos são maus e os pobres são bons; estar certo de que investir é para quem tem muito dinheiro; acreditar que Deus ajuda quem tem uma parcelinha para pagar.” Se você se reconheceu em algum desses pontos, leia Nathalia e entenda como revolver a questão. Ela concedeu a seguinte entrevista à Vila Cultural:
Vila Cultural. A que atribui o seu sucesso?
Nathalia Arcuri. Acredito que o sucesso de qualquer pessoa, empresa ou organização é resultado de muito trabalho e dedicação focados na entrega de valor. O Me Poupe! seja nas plataformas digitais, seja na rádio onde tenho um programa, seja no livro, tem como objetivo democratizar as finanças pessoais e os investimentos no Brasil. E apesar do número de vendas ser extraordinário, pra mim a maior representação de sucesso é ver famílias inteiras que jamais tiveram acesso ao planejamento financeiro pessoal discutindo sobre o livro e falando sobre Tesouro Direto e CDBs no almoço de domingo. Isso sim é sucesso!
VC. Qual é o lugar do livro como ferramenta de comunicação com o seu público ?
NA. O livro não estava nos meus planos, pra ser bem sincera. Fui convencida pela Sextante de que seria bom pra atingir mais pessoas fora do circuito digital, onde eu já estava inserida com alguma relevância. Pedi que custasse menos de R$ 30,00 e criei os capítulos de acordo com as maiores demandas que recebo no blog e no canal Me Poupe! O livro me aproximou de um público novo e deu aos seguidores do canal a possibilidade de se aprofundarem em alguns temas importantes.
VC. O que tem aprendido ao observar o interesse das pessoas por mais educação financeira e melhor uso do dinheiro?
NA. A maior busca pelo livro Me Poupe! e outros do segmento, na minha opinião, revela que o brasileiro quer ser inserido no universo das finanças pessoais e finalmente está encontrando as pontes necessárias pra fazer parte desse mundo fantástico. O que eu sei é que do jeito que fizemos está funcionando, e é melhor manter assim.
VC. O que significa ser autora best-seller num momento em que se fala tanto da crise?
NA. É extremamente gratificante e, ao mesmo tempo, desafiador. O mercado passa um período difícil e acredito que a leitura jamais deixará de ser um hábito. Como autora best-seller me sinto responsável por estimular meus leitores a continuarem nesse ciclo virtuoso, consumirem mais conhecimento e menos coisas.