Impressões de viagem

O Navegar é Preciso segundo os convidados e participantes que estiveram na Amazônia

*Matéria publicada na revista Vila Cultural Edição 182 (Junho/2019)

Navegar é… gostoso!

Nelson, Samuel, Rita, Martha, Maria, João, Pedro e Mônica

Me belisca…
“Eu conheci o Amazonas ano passado e prometi a mim mesma que voltaria, mas não imaginava que seria tão rápido e numa viagem ainda mais empolgante. Fazer parte do Navegar é Preciso já entrou para meu compacto dos melhores momentos de 2019. Um privilégio viajar com colegas de tão alto padrão e com leitores idem, que têm com a literatura uma relação cotidiana e prazerosa. Foi tudo bom demais: as conversas, os passeios, a gastronomia, a música, a simpatia da tripulação e a do staff da Livraria – atmosfera descontraída, mas hiperprofissional. E ainda aquele cenário incrível, abrir a cortina da cabine e dar de cara com a floresta, me belisca. Obrigada pelo convite. Inveja daqueles que estarão com vocês nas próximas edições.”
Martha Medeiros

 

De vivências intensas
“O Navegar é Preciso não foi um rio que passou em minha vida. É um rio vivo que continua viajando em minha memória. Uma experiência singular na qual não apenas desfrutei de encontros vigorosos com escritores, leitores e desconhecidos que logo se tornaram amigos, como alarguei as minhas margens na compreensão do nosso Brasil profundo. Voltei maravilhado com as paisagens que seguem em meus olhos e as vivências intensas que, à semelhança de um barco, atravessaram-me inteiramente. Não imaginava que me encontraria num espelho de águas tão profundas. Gratidão do tamanho do silêncio por essa dádiva.”
João Anzanello Carrascoza

 

Cinco dias memoráveis
“Passar cinco dias dentro de um barco e falando de literatura com gente que eu sempre quis conhecer foi uma das experiências mais bonitas da minha vida. A Amazônia é um troço que muda a gente: o silêncio, a imensidão, as florestas alagadas, o boto rosa, o boto cinza, os peixes de nomes bonitos. Agora imagine isso tudo com a Maria Rita Kehl falando de psicanálise e a Monica Salmaso cantando Vinicius de Moraes…”
Maria Ribeiro

 

A gentileza do Rio Negro
“Uma bolha da felicidade e a real escala das coisas. Assim foi a nossa experiência pelo Rio Negro no Navegar é Preciso. É preciso MESMO! Ficamos dias navegando num rio gentil, que é lindo demais, não balança nunca, nem tem nenhum mosquito. Só tranquilidade, exuberância e paz de espírito. Só vivendo a escala amazônica (que nos coloca em nosso pequeno lugar diante de um planeta lindo que insistimos em estragar), pensando e falando sobre literatura e música, sem nenhuma interferência externa, nenhum sinal telefônico ou de internet pra nos lembrar das agruras quais e futuras. Mais ou menos como um sonho inesquecível.”
Mônica Salmaso

 

Laços de simpatia
“Melhores que as lembranças que guardo, só mesmo os cinco dias reais em que a viagem aconteceu. Com a diferença de que as lembranças duram mais…
Primeiro, memórias do próprio barco. O assombro com o tamanho dele e o conforto de tudo. Inesquecível a saída de Manaus, nas águas negras do rio ao pôr do sol. E a descoberta imediata, no primeiro jantar, da facilidade de se estabelecer laços de simpatia e boa conversa com todos os viajantes. Desde o primeiro dia, sentei em mesas com desconhecidos, e sempre me senti
muito bem.
Entre os passeios, guardo especialmente a lembrança de um percurso noturno, cheio dos sons da floresta e da sensação de mistério logo ali, onde o farol do barco e os fachos da lanterna não alcançam.
E os passeios pelos belos igarapés, onde não vemos a mata: estamos nela. Também foi comovente a tarde em que fomos conhecer o trabalho artesanal feito por mulheres de uma comunidade ribeirinha, incentivadas por um francês que adotou o Brasil e a Amazônia.
As mesas de conversa foram muito boas, presenciei todas. Me parece que quase todos os viajantes fizeram o mesmo.
E, ponto alto: os shows. Mônica Salmaso: a mesma voz perfeita de quando a ouvi pela primeira vez, há mais de vinte anos. Só que mais solta no palco, mais à vontade.
Na última noite, a surpresa divertida e empolgante da banda dos garçons no barco! Uma delícia. Abraços a todx, boa sorte aos navegantes de 2020!”
Maria Rita Kehl