De boas lembranças

*Matéria publicada na revista Vila Cultural Edição 180 (Abril/2019)

A viagem pelo Rio Negro na visão de escritores e artistas que participaram do projeto da Livraria da Vila

 

“Navegar com a Livraria da Vila foi das melhores coisas que eu já fiz. O conforto do navio, a exuberância do Rio Negro e da Amazônia, a embriaguez de cultura literária, os debates inteligentes, os shows à noite, a dança no convés, a fartura de comes e bebes, o contato com as populações ribeirinhas… Essa é uma viagem no duplo sentido, com a vantagem de não dar porre, apenas saudades, muitas.”
Frei Betto, religioso e escritor, participou do Navegar em 2013

 

“Foi uma viagem deliciosa, na qual experiências opostas se equilibraram de maneira quase mágica: privacidade e convívio, a vivência de adentrar a selva através de um grande rio amazônico e o conforto urbano do navio, o ócio restaurador e as intensas trocas intelectuais entre todos os presentes, escritores ou leitores. Foi, em suma, um grande e inesquecível privilégio.”
Reinaldo Moraes, escritor, participou do Navegar em 2016

 

 

“Navegar sem internet na época da internet. Essa era uma parte fundamental do desafio. Foi como viajar a esses tempos que só conhecemos pelos livros, dentro dos livros. O barco como um livro pelo Rio Negro da Vida, a Floresta Amazônica ao redor. Longe de tudo, sem internet, em contato unicamente com a distância, todo mundo vira personagem, até os escritores. Até mesmo as angústias mudam. Efeitos narrativos virão, como textos, como leituras. Na pele, no entanto, se inscreve a verdade do Rio Negro atravessando a Floresta, gigantesco, silencioso, antigo demais.”
Márcia Tiburi, escritora e filósofa, participou do Navegar em 2017

 

 

“O Navegar é o evento literário brasileiro que permite o contato mais intenso, sincero e ao mesmo tempo divertido entre escritores e leitores. Lembro que consegui, ao longo do Rio Negro, até meditar, nas sessões comandadas pelo Frei Betto. Achava que jamais chegaria a este estágio na minha vida agitada. Sem se falar da animação noturna com shows como o inesquecível projeto Coisa Fina tocando o gênio pernambucano Moacir Santos. Para ficar para sempre na memória.”
Xico Sá, jornalista e escritor, participou do Navegar em 2013

 

 

“Foi uma viagem maravilhosa, inesquecível, que combinou o sabor de conversar sobre literatura com a tranquilidade e a beleza da navegação pelo Rio Negro. Uma semana ‘zen’ da minha vida. Achei um projeto sensacional.”
Cristovão Tezza, escritor, participou do Navegar em 2011

 

 

“Navegar é preciso. Navegar sobre palavras, personagens. Poucas vezes vi um programa como este, de tal modo que registrei em meu livro O mel de ocara. Falar de literatura com um barco navegando, dia e noite navegando. Dia e noite conversando com gente interessante, no palco e na plateia. A livraria inventou uma das coisas mais originais deste Brasil. Que tenha longa vida, que se torne tradição. Sugiro a quem for que vá para a frente do barco à noite, para olhar a imensidão amazônica, o silêncio, os estranhos ruídos da selva, e pensar no mundo, em nós, e no existir.”
Ignácio de Loyola Brandão, escritor, participou do Navegar em 2012

 

 

“O Navegar tem essa magia, de deixar as pessoas mais leves e abertas a novas experiências, novas amizades. O desconectar com o ‘mundo’ hoje é uma proposta quase impossível: fazer com que todos esqueçam por alguns dias o celular, a internet, a correria das obrigações e rotinas. Posso afirmar que a Amazônia nos transforma e nos faz melhor. Basta mergulhar no rio e, de cara, ser batizado nessa terra cheia de vida.”
Gil Torres, curador do Navegar

 

 

“A viagem é organizada de tal maneira que nos vários momentos em que você está com as outras pessoas, nas refeições (em grandes mesas comuns) e nos passeios pelos igarapós e igarapés (precisa ir para saber a diferença), você está envolvido por coisas novas e, assim, as relações pessoais acontecem de forma tranquila, sem forçar a barra, é um monte de gente no meio de lugares lindos, muitas vezes em silêncio absorvendo e sendo absorvido pela floresta se refletindo nas águas escuras e quase imóveis do rio.”

Beatriz Bracher, escritora, participou do Navegar em 2018

 

 

“O que há de especial nessa viagem é a forma com que vários aspectos da vida se relacionam ali, produzindo em insights, percepções novas. Literatura, ecologia, arte, poesia, música, gastronomia, cultura, tudo interligado de uma forma muito intensa. Uma semana vale por um ano. Floresta e cidade. Um encontro, uma descoberta. Nossa solidão benéfica, refletida em lucidez, sabedoria, aprendizado. Pontes se erguem. Amizades se fazem. Questões do mundo contemporâneo em debate sobre as águas. É lindo.”
Clarice Niskier, atriz, participou do Navegar em três edições do projeto

 

 

“Os saraus literários, aqui no Rio Negro, são divertidos. Viramos Fitzcarraldos (o filme de Herzog, de 1982) menos obsessivos. Altas ideias deslizando sobre margens e tomadas de sons da floresta. Há uma vastidão emocionante e solene no rio e na mata. Aqui somos convidados de uma natureza onipresente e soberana. O tempo é outro e o ar é distinto. Para quem mora em São Paulo, é um passaporte para outro planeta. O Brasil foi ‘descoberto’ em 1.500. A Amazônia é a área que falta descobrir.”
Leandro Karnal, escritor, em trecho do texto Pensando ao Norte, publicado no jornal O Estado de S. Paulo, no dia 2 de maio de 2018, quando participou do Navegar

 

 

“O celular foi abandonado já que não pegava mesmo, e isso lembrou a todos como gostamos de um bom papo sobre questões universais, sem interrupções fúteis pra coisa alguma. Que delícia ter de volta o tempo pra sair do umbigo, escutar o outro, e trocar ideia à moda antiga. Recomendo!”
Maitê Proença, atriz e escritora, participou do Navegar em 2018

 

 

 

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