O perigo das promessas

Uma conhecida de minha mulher visitava o interior do Maranhão e conheceu uma família e uma casa em cuja cozinha havia uma geladeira dentro da caixa de papelão, aguardando ser aberta para começar a funcionar. Ao perguntar quando a nova aquisição seria inaugurada, ouviu a resposta: “Ah, isso não sabemos não. O meu pai comprou a geladeira há 32 anos por causa da promessa de um político de que a luz elétrica chegaria por aqui. Mas até agora não chegou”.

Como era dia e o sol brilhava, a visitante não tinha percebido que não havia energia naquela pequena cidade. Ela até quis saber a razão de alguém comprar uma geladeira só pela promessa, mas preferiu ficar calada. A dona da casa, como se lesse seu pensamento, lamentou: “É, meu velho pai simplesmente acreditou. Deu o seu voto, gastou o que não podia e morreu sem ver a luz chegar”.

O discurso de que “quando for eleito, eu prometo…” varre o Brasil de Norte a Sul desde sempre. O político simplesmente acostumou-se a oferecer o que as pessoas querem ouvir, e com isso buscar garantir sua presença nos plenários e na Presidência.

Até agora, o não cumprimento do que é prometido nas campanhas não abala muito nem o eleito nem o eleitor. Tomara que isso esteja mudando, com as tão esperadas renovações acontecendo.

A pouquíssimos dias de irmos às urnas, e tentando entender o que nossos futuros legisladores e principal executivo se propõem a realizar, percebi que – dependendo de quem for eleito –, tão perigoso quanto prometer e não cumprir, é o político que, ao contrário do primeiro caso, de fato irá por em prática
tudo o que prometeu fazer.

Boas leituras.

Abs. Samuel.