Elizabeth Gilbert lança Cidade das garotas, que marca seu retorno à ficção
*Matéria publicada na revista Vila Cultural Edição 182 (Junho/2019)
Com Comer, rezar e amar, a escritora Elizabeth Gilbert ficou nada menos que 180 semanas na lista de livros mais vendidos no jornal The New York Times, o que, na primeira década do século 21, já era garantia de sucesso e alcance global. Ao ponto de, anos depois, o livro chegar à Hollywood, com a atriz Julia Roberts como protagonista do filme homônimo ao livro. Gilbert lança um novo livro este mês, Cidade das garotas (Alfaguara), que marca o seu retorno à ficção. Ela se dedica agora a uma história de amor que, apesar de se dar na Nova York da década de 1940, parece sintonizar com o “novo feminismo” que mobiliza o mundo.
O livro é narrado a partir da perspectiva de uma mulher que olha para o passado com assumida felicidade e está disposta a explorar a vivência da sexualidade e as idiossincrasias do amor. Aos 19 anos, Vivian Morris, a protagonista, é expulsa da faculdade. Ela é filha de pais ricos e influentes que a enviam para Manhattan, onde mora sua tia Peg, dona de um teatro chamado Lily Playhouse. É lá que Vivian conhece e passa a se relacionar com atrizes, galãs, escritoras e produtores.
Por causa de um erro profissional, Vivian se envolve em um escândalo, que vai mudar seu jeito de ver o mundo e de enxergar o grupo de pessoas com quem se relaciona. É nessa jornada que a personagem encontra o amor de sua vida. “A certa altura da vida de uma mulher”, escreve Vivian, “ela se cansa de sentir vergonha o tempo inteiro. Depois disso, ela está livre para se tornar quem é de verdade.”
Elizabeth Gilbert, que foi casada com o brasileiro José Nunes, escreveu seu maior sucesso como um depoimento de sua experiência pessoal mais marcante. Perto dos 30 anos, com tudo o que sempre tinha planejado – um marido apaixonado, uma casa nova e espaçosa, o projeto de ter filhos e uma carreira de sucesso –, sentia-se confusa e triste, apesar de tudo. Tomou a decisão radical de pedir demissão, se desvencilhar dos bens materiais e fazer uma viagem de autoconhecimento num roteiro entre a Itália, a Índia e a Indonésia, referências ao Comer, rezar e amar do seu livro mais lido e conhecido.