2019 não tem Copa, não tem Olimpíada, o Corinthians não disputa a Libertadores, não teremos eleições para presidente, governador e nem mesmo para prefeito.
Isso quer dizer que estaremos livres de dois dos três assuntos que aprendemos desde criança “a não discutir”: política e esporte. O terceiro, religião, vai dar pano para manga em função da importância e força que um grupo terá no novo governo.
Ou seja, quem sabe o processo de reconciliação, reencontros, sorrisos ainda tímidos e abraços ocorram na medida em que os nervos deixem de estar tão à flor da pele.
No final do ano passado, por exemplo, em plena elaboração da lista de quem seria convidado para o Natal na casa de um conhecido, decidiu-se eliminar a tia defensora do Bolsonaro. Ou poderia ser a tia eleitora do Haddad. Não importa. Isso para a celebração do nascimento da figura cuja simbologia maior é a conciliação e o perdão.
Por outro lado, se a falta de disputa eleitoral retira do dia a dia a polaridade exacerbada, teremos o início de uma administração que causa apreensão em muitos e otimismo em outros tantos.
O que, afinal, irá acontecer na economia, na cultura, na saúde e na educação? E no meio ambiente?
Claro que para cada uma destas áreas o julgamento do que é bom e do que é ruim depende única e exclusivamente do que nós, individualmente, enxergamos e desejamos para o País.
Mas será mesmo que as discussões acirradas ficaram para trás? Pensando bem, creio que as divergências nos campos de batalha política (a esportiva também, mas concordemos que não afetam a nossa vida) continuarão, o grau de exigência aumentará e a tolerância será ainda menor. Teremos dedos apontados, o “viu, não falei” será incorporado ao diálogo do cotidiano, assim como o “olha só como agora vai” estará na boca da tribo correspondente.
Felizmente temos os livros e as livrarias. Divirtam-se, pois a vida é curta!
Abraços. Boa leitura.
Samuel Seibel.