#Vem pra Vila

Férias na Vila tem contação de histórias, música, animação e o livro como a grande estrela da temporada

Cativantes e influentes na comunicação digital, que sempre convida para a ação na vida real, hashtags como #vemserlivre, #vemserlivro, #vempralivraria ganham mais um argumento – ou outro convite irresistível, dependendo do ponto de vista – com a programação especial, neste janeiro de 2019, do projeto Férias na Vila. Trata-se de uma agenda sob medida para o período do recesso escolar ao reforçar e sugerir a livraria como um lugar ideal para os dias de descanso da garotada e, claro, de muitos adultos também. Todos são bem-vindos e a ideia principal, com contação de histórias, oficinas, música, entre outras atividades, é justamente explorar, com o suporte do livro ou da ficção, a diversidade humana, o respeito às diferenças, os valores do mundo contemporâneo e o propósito de entender, junto com as novas gerações, que formamos todos um universo único no aprendizado que é viver. Juntando todas as tribos, o tema do Férias é Somos todos um.
Pode ser com a festa de aniversário da personagem Celelê, na companhia dos contadores de histórias da associação Viva e Deixa Viver, nas aventuras dos Detetives do Prédio Azul, nas páginas do livro Lucas e a composteira mágica (Chiado Books Kids), da terapeuta e educadora Chris Buarque, no show de alegria da turma do Trem de Histórias, não importa. O mais importante é o contato com a experiência secular dos livros e da leitura como um recurso para ampliar nossa visão de mundo, criar empatia só possível em contato com personagens, emoções e histórias que vêm a cada nova página.
Neste sentido, o Férias na Vila encanta justamente por transformar o espaço da livraria no cenário ideal para cultivar um hábito que será transformador e influente para a vida toda. “No Grande Sertões, Guimarães Rosa diz que quando uma criança nasce o mundo recomeça. Ou seja: a criança é o modelo de esperança, é o legado, é o futuro. Portanto, é muito difícil ser um pessimista autêntico e completo se você está em contato com a criança. Elas remetem ao recomeço. Se você der o caminho certo, você dá uma saída. Eles vão fazer diferente. Os últimos anos foram muito difíceis para a educação, mas o meu contato com as crianças como escritor, quando vou encontrá-las, me alimenta”, disse, numa entrevista à Vila Cultural, o escritor Ilan Brenman, ao verbalizar, com sabedoria, a vivência compartilhada com os pequenos.
“É preciso ler e ler muito. Leitura também é quantidade. Essas crianças precisam ler demais. Quando vou fazer palestras para professores, sempre digo: ‘não me venha com essa de adoção de um livro a cada bimestre’. Como é que a criança vai aprender a ler com um livrinho a cada bimestre? Tem que ler o tempo todo. Fazer uma redação por quinzena é o fim. Tem que escrever o tempo todo. Ficar com calinho na mão. Precisa treinar. Como é que você cria um nadador? Uma vez por quinzena ele cai na piscina? Não. Ele tem que estar lá todo dia, nadando como um louco, fazendo exercício. É quantidade”, diz o escritor Pedro Bandeira, que influencia muitas gerações com sua obra e participa da edição do projeto Navegar é Preciso deste ano. No embalo do Férias e da potência das novas gerações, a Livraria da Vila aproveita para apresentar a Turma da Vila, com personagens que já circularam anônimos nessa Vila Cultural e que agora, com seus devidos nomes e personalidades, estão ainda mais animados para estimular as crianças no gosto pela leitura, pelos livros e pelo longo alcance da ficção.

 

Livros pra deixar viver

Encantar a vida, Guardado no tempo e Um tesouro a descobrir no barco que naufragou são alguns dos livros/histórias que surgem quando a Viva e Deixe Viver entra em cena, como acontece este mês nas lojas do Shopping Cidade Jardim (dia 11), do Shopping JK Iguatemi (dia 12), da Fradique (dia 18), de Moema (dia 13), do Jardim Pamplona Shopping (dia 25) e da Lorena (dia 27). A organização reúne mais de mil voluntários que se dedicam a contar histórias em lugares tão diferentes como escolas ou hospitais.
Para integrar a Viva e Deixe Viver e atuar sobretudo com crianças e adolescentes, os colaboradores passam por um curso de capacitação em que estudam desde os fundamentos filosóficos do voluntariado contemporâneo até, por exemplo, a contação de histórias como vivência terapêutica em processos de perdas. Do sarau literário à arte de brincar, a Viva e Deixe Viver já acumula duas décadas de histórias e marca presença importante este mês na Vila.

 

Natureza mágica

O livro Lucas e a composteira mágica (Chiado Books Kids), da terapeuta Chris Buarque, faz a cena de leitura, cores e muita diversão no dia 12 de janeiro na loja da Lorena. O livro e a história combinam na medida certa as três paixões de Chris: natureza, educação e crianças. A ideia do livro é fazer, de um jeito lúdico, que as crianças entendam como é importante cuidar do descarte de resíduos vegetais para ajudar no trabalho das minhocas. Quem conduz o aprendizado na história é o garoto Lucas, que já sabia, graças aos hábitos de seus pais, porque depositar sobras de alimentos naquelas grandes caixas verdes especiais é algo tão simples e tão eficiente. O detalhe é que, como indica o título, Lucas descobre que a composteira é mágica e vai, na maior diversão, entrar em contato com minhocas espertas e muito trabalhadoras.

 

Aprendizado bem colorido

Com títulos lançados pela editora Estrela Cultural, a dupla Lalau e Laurabeatriz participa do Férias na Vila apresentando, no dia 12 de janeiro, na loja da Fradique, os livros interativos que fazem a alegria da garotada e ainda agregam aprendizados básicos para os pequenos. Em Cuca, a personagem-título fica toda indecisa sobre qual cor usar para pintar sua toca. Enquanto decide e experimenta, uma sucessão de cores se dá nas páginas junto com a aparição de outros personagens do folclore como o saci, o curupira, a iara, o boitatá, o boto, o lobisomem e o papa-figo. Em O curupira, o destaque é uma floresta de letras, criando um ótimo pretexto para usar o jogo de formação de palavras que está no livro. Os números aparecem como atrações didáticas e lúdicas em Saci, outro livro da dupla com toda a graça do personagem que esconde objetos para pregar uma peça nas pessoas.

 

Um trem cheio de histórias

Tem show? Tem sim senhor. Tem aventuras para narrar? Só se for agora e é pra já. Com presença confirmada nas lojas da Fradique (dia 11), da Lorena (dia 25) e do Parque Shopping Maia (dias 13 e 27), em Guarulhos, a turma do Trem de Histórias apresenta o show baseado no CD homônimo, que propõe um “vagão” de alegrias misturando tudo que a criançada gosta: música, diversão e muita animação. Além de um toquezinho nostálgico, já que, não raro, crianças que vivem nas grandes cidades nem imaginam quanto contentamento pode conter a simples passagem do trem pelos trilhos que ficam em cidades mais pacatas, a exemplo do que acontece ainda no interior do país. Trabalho idealizado por Mônica Vieira Paula Moreira, da Maluah Produções, o Trem de Histórias, como ela diz, é um projeto de ação educativa para ser “apresentado, tocado, ouvido, cantado.” E vivido na maior disposição, claro.

 

No aniversário da Celelê

A personagem Celelê, criação da atriz e escritora Celise Melo, faz um festão de aniversário – de 25 anos – com pocket show dia 26 de janeiro na loja da Lorena. Em cena, Celelê e seus personagens, o nome da festa, junta histórias e canções educativas interpretadas ao vivo, coreografias, brincadeiras, cenários, efeitos de luz e som. Divertir, educar, valorizar o bem, a natureza, a reciclagem, os esportes, a higiene e resgatar a importância da amizade e da infância são alguns dos propósitos do trabalho e da trajetória de Celelê, que já lançou os CDs Hits da Celelê, Amizade sincera e Cante o ano todo. As músicas Bruxa Mavel, Sementinha e Praticar esportes estão no repertório do show. Celise criou sua personagem em 1993 e recentemente fez apresentações em várias cidades de Portugal. Além do espetáculo Canções e histórias, ela também apresentou, no âmbito da musicoterapia, o show A inclusão, para pessoas com deficiência, e ministrou o curso Cante o ano todo para educadores portugueses.