*Editorial publicado na revista Vila Cultural Edição 183 (Julho/2019)
Bolsonaro cogita disputar a reeleição, ao contrário do que fez questão de dizer em campanha.
Qualquer pessoa tem o direito a mudar de opinião. Mas a promessa de um político se enquadra nessa premissa? Ao prometer e descumprir, perde a credibilidade?
Mudar de opinião, normalmente, é consequência de evolução, reflexão, questionamento. Quebrar promessa, invariavelmente, envolve traição e falta de confiança.
Na vida do cidadão comum também há quebras de promessa, claro. E nem é tão incomum assim. Mas a promessa feita lá na origem (amor eterno, por exemplo) é sincera, de coração, para ser cumprida.
O problema, frequente entre políticos, é a promessa eleitoreira, atrelada à conquista de votos, destinada a agradar os que querem ouvir exatamente aquilo.
Parece incoerente, mas acredito que a quebra de certas promessas, fruto de aprofundamento e nova perspectiva, seria bem-vinda: alteração na lei de porte de armas (já derrubada, mas não inteiramente descartada), na Educação e no Meio Ambiente. Mas reconheço: como receberiam estas mudanças os que votaram em Bolsonaro?
Apagar o que foi dito ou escrito é prática habitual de políticos das três casas. E aceita ou relevada por muitos eleitores.
Por outro lado, quero acreditar que a maioria dos brasileiros não aceita mais esta postura. Não quer mais brincar de verdadeiro ou falso. Quer apenas ter certeza de acordar a cada manhã com a tranquilidade de saber que tem gente séria pensando e trabalhando para seu bem-estar.
É querer muito?
Um dia chegamos lá!
Boa leitura. Abraços.
Samuel Seibel.