O futuro da fé – Livraria da Vila

O sociólogo francês Dominique Wolton autografa livro que traz os seus diálogos com o papa Francisco

“Um diálogo aberto com o chefe da Igreja Católica sobre fundamentalismos, desigualdade social, liberalismo econômico, família, minorias, refugiados, a reforma da Cúria e outros temas controversos do nosso tempo”. Este é o texto que aparece na capa do livro O futuro da fé (Petra), que o sociólogo francês Dominique Wolton autografa dia 24 de agosto na loja do Shopping Pátio Higienópolis. Trata-se de um título valioso por documentar a série de entrevistas que Wolton realizou com o
papa Francisco ao longo de um ano.
“Ele é, talvez, o primeiro papa da globalização, entre a América Latina e a Europa. Às vezes humano, modesto e ao mesmo tempo determinadíssimo; os dois pés na história. Seu papel não tem nada a ver com o dos grandes dirigentes políticos do mundo, e no entanto ele é constantemente confrontado com eles”, escreve Wolton na introdução do livro, indicando o tom de conversas francas e conteúdos essenciais para quem se interessa pela realidade do mundo contemporâneo.
Wolton é diretor do Centre National de la Recherche Scientifique, um dos principais polos de pesquisa científica do mundo, e os diálogos que teve com o
papa Francisco aconteceram entre fevereiro de 2016 e fevereiro de 2017. O livro está dividido em oito capítulos, os quais, além das conversas, trazem trechos de dezesseis grandes pronunciamentos do papa Francisco desde a sua eleição em 2013. Todas as mudanças que ele tem feito na Cúria nos últimos cinco anos também aparecem em destaque.
Dos mais prestigiados pesquisadores franceses, Wolton é especialista em ciências da comunicação que, na visão dele, deveria sempre privilegiar o homem e a democracia, não a técnica e a economia. Wolton é autor de mais de 30 livros, entre entre eles Pensar a comunicação (UnB, 2004) e Internet, e depois? – Uma teoria crítica das novas mídias (Sulina, 2004). “Nas democracias, as redes sociais são uma extensão da lógica de expressão, o que, na teoria, é positivo. Mas se todo mundo se exprime, quem escuta o outro? Na prática, as redes sociais são o low cost da democracia porque resume a ação política ao problema da expressão, quando o grande desafio é conhecer e agir”, disse, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo quando de sua passagem pelo Brasil, em 2017.